domingo, 30 de outubro de 2016

Mozart

Tu és inútil sem o álcool.
Tua obra divina
Não é dedicada ao físico.
Sois incompreensível
À carne.
Pobre carne que está
Condenada a ser prisão!
Não haverá e não deverá
Haver ouvidos materiais
Que te compreendam.
Nenhum animal te ouvirá
Realmente em vida.
Sois divino a ponto de
Não pertencer ao meu corpo.
Pobre de ti que não es
Efetivamente ouvido em vida.
Pobre de mim que só posso realmente ouvir-te
Ebrio ou, morto para a matéria.
Contente-se então, para compor
Para os que já morreram.
E eu esperarei a morte
Para ouvi-lo ou a fermentação do vital
Vinho.

(Escrito sobre os efeitos do álcool)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.