quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Espinho

Sozinho eu me percebo
Num jardim infinito
Cercado de águas e pássaros,
Eu me basto.

Sozinho percebo meus desejos
E tenho com eles.
Com eles movo às alavancas
Que me movem p'ra onde vou.

Me basto na minha solidão,
Amada companheira,
Que o outro tenta afastar de mim
Como um pai ciumento
Afasta o amante da filha.

Só, sou inteiro e vejo inteiro
E iluminado o que me aguarda.
Sou tragado pela irresistível
Completude da vida.

E por falar em completude,
Só quando só percebo a infinitude do meu jardim
Onde também sou árvore.

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