terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Ao vento

E assim seguimos querendo.
Amando o que não temos.
Aquilo que, no passado, tínhamos.
Tudo o que jamais teremos.

Seguimos acordando cedo,
Escovando dentes,
Seguimos contentes,
Seguimos com medo.

Esperamos uma  paixão
Pois o amor matou o amante.
Parece ja não ser o bastante
A pele na pele da mão.

Esperamos um sábado a noite,
Um convite para jantar,
Nossa melhor imagem num olhar.
De alguém um beijo, um presente.

E quando não formos mais visíveis,
E quando chegar a idade,
Não nos levará a velhice porém,
Sim, a saudade.

E assim seguimos querendo.
Amando o que não temos.
Aquilo que, no passado tínhamos.
Tudo o que nunca teremos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.