sábado, 12 de novembro de 2016

Siameses

É só isso.
Estamos grudados
Um no outro.
E nunca poderemos
Ser separados,
Pois bate em nós
Um único coração.
Triste é o desejo
Que um dia tivemos
De não mais nos vermos.
Absurda ilusão.
Somos calmos quando
Aceitos um pelo outro
E condenados ao perdão.
Sufocamos se acaso um não respira.
E a fome nos move
Ao mesmo tempo.
Nos ameaça à vida,
À mentira,
De que é possível
Levar apenas um, a irmã
Morte.
Temos uma e a mesma sorte.
Em comum temos, os
Mesmos sonhos,
Que a distância associada
Ao tempo principia.
E sofremos da mesma ânsia,
E da mesma pressa,
E do mesmo incomodo
Desejo,
De iniciarmos uma nova vida,
Com o, desta vida,
Último beijo.

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